A disponibilidade de capital para startups era imensa no passado recente, quando a taxa de juros chegou a ser negativa em países da zona do Euro e no Japão. Nos EUA a taxa ficava próxima de zero. No Brasil a taxa Selic ficou no nível mais baixa da história com apenas 2% ao ano.
Neste contexto, investidores buscavam maiores ganhos em investimento de risco. O “jogo das startups” era buscar crescimento acelerado, sem grande preocupação com o lucro.
Este cenário mudou, o acesso a capital ficou mais difícil após a pandemia. A taxa nos EUA passou para a banda de 5% ao ano. No Brasil em jun/23 a Selic está 13,75%.
A consequência é mudança no comportamento dos investidores em relação as startups, estando mais atentos a sustentabilidade que crescimento a qualquer custo.
Em vez de “unicórnios”, o mercado estaria buscando as startups “camelos”.
O conceito de startup Camelo foi introduzido por Alex Lazaro, em um artigo na Harvard Business Review em 2020. Elas seriam mais resilientes, com maior capacidade de sobrevivência em condições severas.
O modelo de negócios das startups camelo seguem regras mais aproximada com as demais empresas que precisam dar lucro:
(1) O crescimento é equilibrado. Entre outras medidas, o preço é adequado desde o início, sem subsidiar produtos ou ofertar gratuidade para obter crescimento acelerado. Ou seja, sem queimar recursos (burn rate),
(2) Modelos de negócios ágeis e com visão de longo prazo (nascer, repensar, adaptar e prosperar)
(3) Mercado de atuação com amplitude e profundidade adequados para resiliência
Enfim, o mercado enxerga que a escassez de dinheiro, além de reduzir as ambições de crescimento acelerado sem gerar lucro, irá depurar o mercado, ficando apenas as mais eficientes e inovadores.
Fonte da imagem: desert-landscape-with-camels by Freepik
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