O mercado financeiro tem passado por uma grande transformação nos anos recentes. As Fintechs com sua agilidade e inovação. Novos produtos de investimentos financeiros, com grande alcance para todos os perfis, desde o mais conservador até aqueles com maior tolerância a risco.
Mesmo assim, muita gente economicamente ativa ainda está distante, segundo pesquisa efetuada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com a Datafolha, em 2019, apenas 44% dos pesquisados investiram em algum produto financeiro.
Vamos entender a pesquisa?
A pesquisa “Raio X do investidor do Brasileiro” sobre hábitos de poupança e investimentos foi efetuada em entre 04 e 13/nov/2019, antes da pandemia, na sua 3ª edição, se mostra bem abrangente, com a seguinte amostra:
3.433 pessoas com renda, podendo ser ativos ou aposentados
Idade acima de 16 anos
classes A, B, C
149 municípios
O resultado é muito interessante, um breve resumo....
Do total de 3.433 entrevistados, apenas 1.506 pessoas têm algum valor aplicado em produtos financeiros em 2019, ou seja, apenas 44% da amostra.
A pesquisa indicou que 52% da população brasileira não conhece espontaneamente produtos financeiros, ou seja, ao ser perguntado sem apresentação de alternativa, não responde. O desconhecimento é maior entre as mulheres (58%) e jovens (61%), principalmente da classe C.
O produto financeiro espontâneo mais citado ainda é a caderneta de poupança (28%), seguido de ações na bolsa de valores (12%) e títulos públicos (10%). Mas isto não significa que apliquem nos produtos.
Na pergunta estimulada sobre investimentos em geral, a campeã é a poupança com 90%, seguida de compra e venda de imóveis com 86%.
Pelas respostas da pesquisa a maioria da população ainda não se interessa pelo tema, quando aplicam preferem produtos tradicionais, provavelmente não acompanham influenciadores e experts na área.
Qual o perfil encontrado do investidor?
A grande maioria ainda é analógica (71%), prefere ir ao banco. O perfil médio encontrado foi o seguinte:
53% são homens
Idade média de 43 anos, sendo que os analógicos sobem para 47 anos
36% com ensino superior
R$5,6 mil é a renda familiar média, os analógicos têm renda inferior de R$4,4 mil
78% com atividade remunerada, destes,31% têm registo em carteira, 22% aposentados
76% aplicam somente em poupança, com renda média de R$4,4 mil
Existe diferença significativa da média em relação ao investidor digital
61% homens
Idade média de 38 anos
52% com ensino superior
Renda média de R$7,4mil
91% com atividade remunerada, sendo 38% assalariados e 11% funcionários público
Qual a motivação (destino) da poupança/ investimentos?
Casa própria ainda é a principal motivação (35%),
Seguida de reserva de emergência (18%).
Em terceiro lugar empatam viagens e troca de veículos (11%)
Somente 9% se preocupam com a aposentadoria/ velhice.
Cabe lembrar que a pesquisa de 2019 foi efetuada antes da pandemia, se trata da 3a edição. Provavelmente haverá migração para o digital e troca de objetivos de longo prazo.
O resultado da pesquisa de 2019 indica que ainda tem muito caminho para educação financeira, principalmente pelo desconhecimento dos jovens.
Sabemos que a pandemia acelerou inclusão digital e trouxe riscos inesperados, enquanto alguns perderam renda, outros economizaram. Obviamente só se consegue economizar e aplicar com renda. Aguardamos a próxima edição com muita curiosidade...
Fonte da Imagem: Wix Unplash Mathieu Stern
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