A diversidade nos conselhos de administração tem aumentado, segundo estudo da Deloitte e The Alliance Diversity* de 2016, nas empresas listadas no Fortune 500**.
Mulheres e minorias ocuparam 31% das posições em 2016, o que significa um aumento em relação a 2010, quando representaram 25,5%. Em 2016 a participação das mulheres foi de 20,2%, enquanto que em 2010 era de apenas 16,7%.
*Alliance for Board Diversity, fundada em 2004, é uma associação de grupos com o propósito de promover inclusão de mulheres e minorias em conselhos de administração. ** Fortune 500 é a lista compilada e publicada pela revista Fortune das 500 maiores empresas por faturamento nos EUA .
Apesar do empenho para o aumento da diversidade por diversas organizações, pode-se identificar razões para a lentidão do processo de renovação:
Os períodos de troca dos membros do conselho tendem a ser longos.
Baixa rotação dos membros.
O mercado busca para o conselho profissionais com experiência de presidência em grandes empresas (CEO). O que limita muito, pois a maioria é homem.
No Brasil, pesquisa de 2016 do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), indicou que as mulheres detinham participação de 7,9% dos assentos em 339 empresas negociadas em bolsa.
O estabelecimento de cotas é uma grande discussão para o aumento desta participação, e foi adotado em vários países. As partidárias de cotas entendem que é uma forma de acelerar o processo de inclusão. Este mercado de atuação funciona muito por indicação e como existem poucas mulheres que se encaixam no perfil, se dá o circulo vicioso. Outras entendem que não há necessidade de cotas, que as vagas serão preenchidas por mérito, tendo em vista que um dos motivos da distorção é que a ascensão das mulheres no mercado de trabalho é mais recente, já se observando o aumento de sua participação em cargos de chefia.
Tramita na Câmara o projeto lei que estabelece pelo menos 10% de participação feminina nos conselhos de administração das empresas públicas e sociedades de economia mista, que foi aprovado em 08/mar/17, dia da mulher, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A proposta é aumentar a participação gradativamente, passando para 20% das vagas dos conselhos em 2020, até chegar a 30% em 2022.
Vamos acompanhar o tema.... será que teremos novidades neste ano de 2018?
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Se quiser saber mais, disponibilizamos o link da pesquisa: “The 2016 Board Diversity Census of Women and Minorities on Fortune 500 Boards”. Publicada em 06/fev/2017. Acesso em 08/fev/2018.
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