Green Bons (títulos verdes) são títulos de renda fixa emitidos por países ou empresas com o objetivo com o objetivo de viabilizar projetos ligados ao meio ambiente. Inclui mudanças
climáticas, biodiversidade, energia renovável, controle de poluição, tecnologias limpas.
A história deste instrumento financeiro é recente. Começa em 2007 após o IPCC (Intergovernamental Panel for Climate Change – a agência das Nações Unidas que fornece dados científicos sobre a mudança climática criada em 1988) publicar um relatório que alertava sobre a ação humana no aquecimento global.
Ainda em 2007 um Grupo de Fundos de Pensão Sueco procurava investir em projetos que voltados ao clima, sem saber como encontrá-los pediu ajuda com o Banco Mundial.
Pouco depois, em 2008, foi emitido pelo Banco Mundial primeiro fundo com o selo Green Bond*, abrindo um novo caminho, transformando financiamento para investidores e empresas/governos que se preocupam com o clima.
* Em 2007 o EIB (European Investmente Bank) lançou o 1º CAB (Climate Awareness Bond), voltado para energia renovável e eficiência energética. Apesar de ainda não existir “selo Green Bond” pode ser considerado o primeiro da categoria.
No Brasil os primeiros títulos verdes foram lançados em 2015 pela BRF (Brazil Food), seguida em 2016 pela CPFL .
O BNDES foi o primeiro banco Brasileiro a emitir Green Bonds em 2017 no mercado internacional com um título de US$1 bilhão e prazo de 7 anos destinados a financiar investimentos em energia eólica e solar.
Em jul/2022 o Ministério da Economia assinou com Climate Bonds Initiative (CBI) um Memorando de Entendimento (MoU) para dar maior competitividade as exportações do país com a implementação das das melhores práticas internacionais de sustentabilidade e resiliência climática.
Segundo Climate Bonds Initiative (CBI) o volume acumulado de Green Bonds bilhões emitidos pelas instituições brasileiras até maio/22 era de US$ 11,2 bilhões. Na América Latina, o país perde para o Chile, que soma US$ 11,9 bilhões.
A emissão acumulada globalmente de títulos verdes atingiu US$2,2 trilhões. A Climate Bonds estima ser necessário emissão anual de US$5 tri até 2025 para alcançar as metas do Acordo de Paris.
Os títulos verdes no Brasil assumem diferentes forma de renda fixa. Fazem parte debêntures, debêntures incentivadas, certificados de recebíveis imobiliários e do Agronegócio (CRIs e CRas) e cotas de fundos de investimentos (FIDC). A emissão é parecida com um título tradicional somada maior transparência na utilização dos recursos captados. Geralmente possuem benefícios fiscais com isenção de impostos, se tornando atraente para o investidor, que pode ser individual ou institucional (fundos de pensão, fundos de previdência, etc).
Duas instituições, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e o CEBDS (Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável) lançaram em 2016 um Guia para Emissão de Títulos Verdes.
A tendência global é que os Green Bonds ganhem força, à medida que cresce a consciência da humanidade e dos investidores dos impactos causados pela mudança climática, que coloca em risco agricultura e suprimentos de água, aquece os oceanos e a vida marítima, ameaça comunidades com eventos severos, principalmente os menos favorecidos.
Green Bonds é um instrumento de importância para projetos que reduzem o impacto da atividade humana no clima, pois demandam muito financiamento. É preciso valorizar as empresas e apoiar os governos que buscam soluções para um problema global e que pode comprometer as futuras gerações.
O Brasil, através do Tesouro Nacional lançou em 13/nov a captação do primeiro bônus de dívida sustentável. A operação marca a estreia do Brasil nesse mercado.
Para saber disponibilizamos os links:
10 years od Green Bonds, mar/19
IFC Green Bonds, dez/21
Fonte da imagens: (1) alliesinteractive on Freepik; (2) Freepik
Comments