À medida que os eventos climáticos extremos ocorrem, se tornando mais frequentes, muitos setores da economia serão afetados. Um dos mais importantes é o agronegócio.
As enchentes no Rio Grande do Sul ocorridas em mai/24 chamaram atenção para a produção de lavouras que ficaram comprometidas, como arroz, milho e soja. São alimentos importantes para insumo e criação de animais.
A relação entre eventos climáticos e agronegócio é complexa e multifacetada. Vários aspectos podem afetar a inflação:
Escassez dos produtos, extremamente preocupante em produtos básicos como grãos, carnes e laticínios
Aumento de custos de produção, por ex, com combate a pragas e compra de novos equipamentos
Disrupção das cadeias de suprimentos, em função de dificuldade de transporte
Ainda não se sabe qual o tamanho do impacto no PIB e na inflação do evento do Rio Grande do Sul, que tem forte representatividade na economia:
6,5% do PIB,
12,7% do PIB do Agronegócio,
8,6% de Balança Comercial, e
8,6% de impacto do IPVA
Segundo um estudo do Banco Central Europeu e da Universidade de Postdam, para o período 2030-60, a expectativa é que a pressão inflacionária de alimentos pode atingir 3,2% ao ano até 2035, com impacto de até 1,2% na inflação geral.
Como todo modelo matemático, as previsões do estudo podem ser realistas, otimistas ou pessimistas. Sabemos que é complexo a previsão de clima.
Para os pesquisadores, um dos impactos dos eventos extremos é que ficará mais difícil para os governos ajustarem as políticas públicas, tendo em vista a imprevisibilidade.
Para saber mais disponibilizamos os artigos em inglês publicado na revista Communications Earth & Environment:
Global warming and heat extremes to enhance inflationary pressures publicado em 21/mar/24
The IPCC’s reductive Common Era temperature history publicado em 25/abr/24
Fonte da imagem: Freepik
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